terça-feira, 12 de junho de 2012

Poesia figurada.

O corpo de todas elas era a mais límpida folha de papel que minhas ideias poderiam pintar. Minha caneta percorria todas as sinuosas curvas, personagens caminhavam naqueles caminhos montanhosos. Letras lutando para subir suas cinturas, ou descer, algumas contornando os seios, passando por cima, colocando hífens nos mamilos, para poder continuar a palavra, formando caracóis nos umbigos, mais montanhas nos glúteos, um caderno inteiro na porção das costas, estórias cruzando florestas de pelos, poemas versificados e cheiso de lira nas coxas, nas batatinhas, plantas dos pés, nuca até chega na região inalcançável da vagina, onde outro tipo de poesia acontece.
E então, o mais sólido dos meus poemas era lavado de seus corpos no banho, todas as minhas palavras derretiam, escorriam, implorando para ficar um pouco mais nas ondas de carne,
Mas a água sempre foi impiedosa,
E levava minhas palavras ralo abaixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário