Um peixinho me pediu para escrever
Pena que com palavras não sei lidar
Elas dançam na frente dos meus olhos
E escorregam das minhas mãos
Quando eu acho que as tenho
Elas se transformam em sabonete
Então, perdoa-me, meu adorável peixinho
Volte para seus rios, lagos, mares
Profundos como você,
E eu voltarei para a minha solidão
Roubando as palavras dos outros
Roubando até as vírgulas
E no dia que todo esse universo de pontos for meu
Convidar-te-ei para voltar a tentar o ar.